Podemos comparar a classe contábil a um time de futebol, que demanda muito empenho para conseguir montar um projeto vencedor. Uma equipe de profissionais que esperam os colegas começarem a jogar para, somente após muita observação, prometer empenho e esforço. Uma esquadra de profissionais que não voltam para ajudar na marcação, pois seus colegas também não o fazem.
Uma equipe em que todos os profissionais, se é que podem assim ser chamados, esperam que alguém desponte como referência, pois acham que não vale a pena ser o primeiro. E, por fim, um grupo que quando tem a posse da bola não ergue a cabeça para fazer o passe e ir ao ataque, não é um time, mas penas um aglomerado de pessoas fadadas ao fracasso.
A classe empresarial contábil não é diferente de um time de futebol que aspira manter-se na primeira divisão do campeonato mundial de “inter empresas” sedentas de bons profissionais dispostos a fazer marcação em cima, recuperar a bola, levantar a cabeça, fazer um cruzamento e ir em direção ao gol para vencer o campeonato. E também este é um campeonato que não dá para vencer individualmente.
No entanto há equipes que se contentam jogar nas divisões inferiores e só conseguem contratar profissionais inexperientes ou que nunca conseguiram despontar. Quando um profissional joga e pensa diferente e tenta mostrar aos colegas que há necessidade de formar um grupo de verdade, logo é colocado à venda para render um pouquinho de dinheiro.
Se algo parecido ao exposto acima está acontecendo em sua vida ou empresa então é o momento de refletir:
§ Faço o serviço de qualquer jeito, pois não vejo empenho dos meus colegas?
§ O valor que recebo é pouco, então presto serviços da mesma forma?
§ Já trabalhei muito pela classe contábil, mas vejo que não valeu o esforço?
§ Não participo de congressos e cursos, pois sempre dizem as mesmas coisas?
§ Não vale investir na empresa, pois os concorrentes destroem o mercado com honorários ínfimos?
§ Estou cansado de propor ideias, pois ninguém as aceita?
§ Agora só penso em mim!
Essas conclusões são importantes para destruir sonhos, profissionais, empresas e a classe. Nunca podemos parar de lutar, de propor, de buscar e de fazer, pois esta é a chama que arde verdadeiramente e consegue coisas inéditas, mesmo que demore um pouco mais. Já imaginou se Nelson Mandela, que ficou preso por 26 anos, tivesse desistido?
A estória conta que dois empresários se encontravam diariamente no barzinho para tomar café e reclamar da vida. Até que João começou a dizer que tudo passou a melhorar e isto aconteceu quando comprou um cavalo branco. Diariamente, enquanto Pedro reclamava, João alegremente falava de coisas boas, de acordar e ver o seu cavalo branco, de voltar do trabalho e tornar a ver o cavalo branco que servia de inspiração. Certo dia, Pedro disse que queria comprar este cavalo branco, mas João não aceitou vender, pois acreditava que era o seu amuleto da sorte. Após muita insistência e com uma oferta generosa, João resolveu vender o cavalo branco a Pedro. Alguns dias depois Pedro chegou ao café e disse não aguentar mais, pois o cavalo branco não o deixava dormir, havia estragado a horta, comia demais etc. Então João disse: fale baixo senão você não conseguirá vender o cavalo branco.
Precisamos lutar firmemente contra os maus profissionais, mas, mais do que isso, divulgar com muito entusiasmo tudo aquilo que a classe contábil tem de positivo – e que não é pouco. Especialmente porque esta é a profissão que garante o nosso presente e deverá ser ela que também ajudará o nosso futuro. Fonte: Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil.